quinta-feira, 15 de março de 2012

CARTA AOS SENADORES


Salvador, BA, 08 de março de 2012.


Exmos. Srs.
Exmas. Sras.
Senadores (as)
Do Congresso Nacional Brasileiro
Paz e Bem.


Hoje em que se comemora o dia da mulher, venho em nome dos 93% dos brasileiros e brasileiras que são contra o aborto e à favor da vida desde a sua concepção até à morte natural; pois não se pode tirar a vida humana, conforme o a lei maior, que a lei de Deus: NÃO MATARÁS; e também conforme o artigo quinto da Constituição Federal do Brasil que defende a inviolabilidade da vida; e em conformidade com o pacto de São José da Costa Rica em que o Brasil foi signatário, posicionando-se à favor da vida e contra o aborto.
Nestes termos solicito do Congresso Nacional, representado pelos Senhores e Senhoras eleitos pelo povo brasileiro, que estejam em sintonia com este vosso eleitorado que deseja que os Senhores e Senhoras elaborem a reforma do Código Penal Brasileiro, permitindo que continue a contemplar a inviolabilidade da vida, não aprovando o aborto nem a eutanásia.
Este é o desejo dos 93% dos Brasileiros e Brasileiras.

Atenciosamente.

Frei Severino Fernandes de Sousa, OFM
e-mail: freiseverinofs@gmail.com


ENDEREÇO DE E-MAILS; TELEFONE E FAX; DOS SENADORES
PARA VOCÊ DEMONSTRAR SUA INSATISFAÇÃO
PELO PROJETO DE LEI DO ABORTO E DA EUTANÁSIA
QUE TRAMITA NO CONGRESSO NACIONAL BRASILEIRO.

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6. MAILS DOS SENADORES DA COMISSÃO DE
CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA

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eunicio.oliveira@senador.gov.br;
gab.josepimentel@senado.gov.br; martasuplicy@senadora.gov.br;
pedrotaques@senador.gov.br; jorgeviana.acre@senador.gov.br;
antoniocarlosvaladares@senador.gov.br;
inacioarruda@senador.gov.br; simon@senador.gov.br;
romero.juca@senador.gov.br; vital.rego@senador.gov.br;
renan.calheiros@senador.gov.br; luizhenrique@senador.gov.br;
francisco.dornelles@senador.gov.br;
sergiopetecao@senador.gov.br; aecio.neves@senador.gov.br;
aloysionunes.ferreira@senador.gov.br;
alvarodias@senador.gov.br; demostenes.torres@senador.gov.br;
armando.monteiro@senador.gov.br; gim.argello@senador.gov.br;
magnomalta@senador.gov.br; randolfe.rodrigues@senador.gov.br;

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7. MAILS, TELEFONES E FAXES DOS
SENADORES DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO,
JUSTIÇA E CIDADANIA

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PRESIDENTE: SENADOR EUNÍCIO OLIVEIRA
PMDB-CEARÁ

TELEFONES: (61) 3303-6245

FAX: (61) 3303-6253

eunicio.oliveira@senador.gov.br

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VICE-PRESIDENTE: SENADOR JOSÉ
PIMENTEL PT-CEARÁ

TELEFONES: (61) 3303-6390/6391

FAX: 3303-6394

gab.josepimentel@senado.gov.br

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MARTA SUPLICY PT-SÃO PAULO

TELEFONES: (61) 3303-6510

FAX: (61) 3303-6515

martasuplicy@senadora.gov.br

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PEDRO TAQUES PDT- MATO GROSSO

TELEFONES: (61) 3303-6550 E 3303-6551

FAX: (61) 3303-6554

pedrotaques@senador.gov.br

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JORGE VIANA PT-ACRE

TELEFONES: (61) 3303-6366 E 3303-6367

FAX: (61) 3303-6374

jorgeviana.acre@senador.gov.br

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ANTONIO CARLOS VALADARES PSB-SERGIPE

TELEFONES: (61) 3303-2201 A 2206

FAX: (61) 3303-1786

antoniocarlosvaladares@senador.gov.br

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INÁCIO ARRUDA PC DO B-CEARÁ

TELEFONES: (61) 3303-5791/5793

FAX: (61) 3303-5798

inacioarruda@senador.gov.br

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PEDRO SIMON PMDB-RIO GRANDE DO SUL

TELEFONES: (61) 3303-3232

FAX: (61) 3303-1304

simon@senador.gov.br

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ROMERO JUCÁ PMDB-RORAIMA

TELEFONES: (61) 3303-2111 A 2117

FAX: (61) 3303-1653

romero.juca@senador.gov.br

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VITAL DO RÊGO PMDB-PARAÍBA

TELEFONES: (61) 3303-6747

FAX: (61) 3303-6753

vital.rego@senador.gov.br

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RENAN CALHEIROS PMDB-ALAGOAS

TELEFONES: (61) 3303-2261/2263

FAX: (61) 3303-1695

renan.calheiros@senador.gov.br

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LUIZ HENRIQUE PMDB-SANTA CATARINA

TELEFONES: (61) 3303-6446/6447

FAX: (61) 3303-6454

luizhenrique@senador.gov.br

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FRANCISCO DORNELLES PP-RIO DE JANEIRO

TELEFONES: (61)-3303-4229

FAX: (61) 3303-2896

francisco.dornelles@senador.gov.br

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SÉRGIO PETECÃO PSD-ACRE

TELEFONES: (61) 3303-6706 A 6713

FAX: (61) 3303.6714

sergiopetecao@senador.gov.br

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AÉCIO NEVES PSDB-MINAS GERAIS

TELEFONES: (61) 3303-6049/6050

FAX: (61) 3303-6051

aecio.neves@senador.gov.br

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ALOYSIO NUNES FERREIRA PSDB-SÃO PAULO

TELEFONES: (61) 3303-6063/6064

FAX: (61) 3303-6071

aloysionunes.ferreira@senador.gov.br

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ALVARO DIAS PSDB-PARANÁ

TELEFONES: (61) 3303-4059/4060

FAX: (61) 3303-2941

alvarodias@senador.gov.br

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DEMÓSTENES TORRES DEM-GOIÁS

TELEFONES: (61) 3303-2091 a 2099

FAX: (61) 3303-2964

demostenes.torres@senador.gov.br

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ARMANDO MONTEIRO PTB-PERNAMBUCO

TELEFONES: (61) 3303 6124 E 3303 6125

FAX: (61) 3303 6132

armando.monteiro@senador.gov.br

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GIM ARGELLO PTB-DISTRITO FEDERAL

TELEFONES: (61) 3303-1161/3303-1547

FAX: (61) 3303-1650

gim.argello@senador.gov.br

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MAGNO MALTA PR-ESPÍRITO SANTO

TELEFONES: (61) 3303-4161/5867

FAX: (61) 3303-1656

magnomalta@senador.gov.br

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RANDOLFE RODRIGUES PSOL-AMAPÁ

TELEFONES: (61) 3303-6568

FAX: (61) 3303-6574

randolfe.rodrigues@senador.gov.br

terça-feira, 13 de março de 2012

PALAVRA DE VIDA - março de 2012

PALAVRA DE VIDA – MARÇO DE 2012.

"A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna." - Jo. 6, 68

Jesus falava do Reino de Deus às multidões que acorriam. Fazia isso com palavras simples, com parábolas tiradas do dia a dia. E, no entanto, o seu falar exercia um fascínio especial. O povo se encantava com o seu ensinamento, porque ele ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas. Inclusive os guardas enviados para prendê-lo, ao serem questionados pelos sumos sacerdotes e pelos fariseus por não terem cumprido as ordens, responderam: “Ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7,46).
O Evangelho de João nos apresenta também luminosos diálogos individuais, com pessoas como Nicodemos ou a samaritana. Com os seus apóstolos, Jesus vai ainda mais em profundidade: fala abertamente do Pai e das coisas do Céu, não mais recorrendo a figuras; eles sentem-se conquistados e não voltam atrás nem mesmo quando não compreendem completamente as suas palavras, ou quando elas parecem ser exigentes demais.
“Esta palavra é dura” (Jo 6,60), responderam-lhe alguns discípulos quando o ouviram dizer que lhes daria o seu corpo para comer e o seu sangue para beber.
Jesus, vendo que os discípulos se retiravam e não iam mais com ele, dirigiu-se aos doze Apóstolos: “Vós também quereis ir embora?” (Jo 6,67)
Pedro, que já se sentia vinculado a Jesus para sempre, fascinado pelas palavras que tinha ouvido pronunciar por Ele desde o dia em que o encontrara, respondeu em nome de todos:

“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.”

Pedro tinha entendido que as palavras do seu Mestre eram diferentes das palavras dos outros mestres. As palavras que vão da terra para a terra pertencem à terra e têm o destino da terra. As palavras de Jesus são espírito e vida porque vêm do Céu. Elas são uma luz que desce do Alto e tem a potência do Alto. As suas palavras possuem uma densidade e uma profundidade que as outras palavras não têm, sejam elas de filósofos, de políticos, ou de poetas. São “palavras de vida eterna” (Jo 6,68) porque contêm, expressam e transmitem a plenitude daquela vida que não tem fim, porque é a própria vida de Deus.
Jesus ressuscitou e vive. E as suas palavras, embora pronunciadas no passado, não são uma simples recordação, mas são palavras que Ele dirige hoje a todos nós e a cada pessoa de todos os tempos e de todas as culturas. São palavras universais, eternas.
As palavras de Jesus! Devem ter sido a sua maior arte, se assim pudermos dizer. O Verbo falando com palavras humanas: que conteúdo, que intensidade, que inflexão, que voz!
“Um dia – conta-nos, por exemplo, Basílio Magno (330-379, bispo de Cesareia, um dos grandes Padres da Igreja) – como que despertando de um longo sono, olhei a luz maravilhosa da verdade do Evangelho e ¬descobri a vaidade da sabedoria dos príncipes deste mundo.” (Ep. CCXXIII, 2)
Teresinha do Menino Jesus escreve, numa carta de 9 de maio de 1897: “Às vezes, quando leio certos tratados espirituais… o meu pobre e pequeno espírito não demora em se cansar. Fecho o livro dos sábios, que despedaça a minha cabeça e resseca o meu coração, e tomo em mãos a Sagrada Escritura. Então, tudo se torna luminoso para mim; uma só palavra descortina horizontes infinitos à minha alma e a perfeição me parece fácil” (Lettera 202; Scritti, Postulação Geral dos Carmelitas Descalços, Roma 1967, p. 734).
Sim, as palavras divinas saciam o espírito, feito para o infinito; iluminam interiormente não só a mente, mas todo o ser, porque são luz, amor e vida. Elas dão a
paz – aquela que Jesus define sua: “a minha paz” – inclusive nos momentos de inquietação e de angústia. Dão alegria plena, mesmo em meio à dor que por vezes atormenta a alma. Dão força, sobretudo quando sobrevém a perplexidade e quando nos desencorajamos. -Libertam, porque abrem o caminho da Verdade.

“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.”

A frase deste mês lembra-nos que o único Mestre que queremos seguir é Jesus, mesmo quando as suas palavras podem parecer duras ou exigentes demais: ser honesto no trabalho; perdoar; preferir colocar-se a serviço do outro em vez de pensar de modo egoísta em si mesmo; permanecer fiel na vida familiar; assistir um doente terminal sem ceder à ideia da eutanásia…
São muitos os mestres que nos induzem a adotar soluções fáceis, a fazer concessões. Queremos escutar o único Mestre e segui-lo, a Ele, o único que diz a verdade, que tem “palavras de vida eterna”. Assim também nós podemos repetir essas palavras de Pedro.
Neste período de Quaresma, em que nos preparamos para a grande festa da Ressurreição, devemos colocar-nos efetivamente na escola do único Mestre e tornar-nos seus discípulos. Também em nós deve nascer um amor apaixonado pela Palavra de Deus. Vamos acolhê-la com atenção quando for proclamada nas igrejas; vamos ler a Palavra, estudá-la, meditá-la…
Mas nós somos chamados, sobretudo, a vivê-la, de acordo com o ensinamento da própria Escritura: “Todavia, sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1,22). É por isso que nós, a cada mês, consideramos uma Palavra em especial, deixando que ela nos penetre, nos modele, “seja ela a viver em nós”. Vivendo uma Palavra de Jesus, vivemos todo o Evangelho, porque em cada uma de suas Palavras Ele se doa inteiramente, é Ele mesmo que vem viver em nós. É como se uma gota de sabedoria divina Dele, do Ressuscitado, lentamente fosse escavando-nos por dentro e substituindo o nosso modo de pensar, de querer, de agir em todas as circunstâncias da vida.


Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em março de 2003
Chiara Lubich

domingo, 12 de junho de 2011

O BEM E NÃO OS BENS.






“QUALQUER UM DE VÓS, SE NÃO RENUNCIAR A TUDO O QUE TEM, NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO.

Um pedido tão exigente e radical só pode impressionar. E ele não está reservado a uma determinada categoria de pessoas como os missionários, os religiosos, que devem estar desprendidos de tudo para poder anunciar o Evangelho em qualquer lugar. Também não se refere a momentos excepcionais, como poderia ser um tempo de perseguição, quando os discípulos devem estar prontos não somente a deixar os bens, mas a doar até mesmo a vida para permanecerem fiéis a Deus. Jesus dirige essas palavras a todos. Portanto, todos nós podemos vivê-las.
Trata-se de uma das condições para seguir Jesus, condição sobre a qual Lucas insiste no Evangelho: “Vendei vossos bens e daí esmola...; pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”; (Lc. 12, 33). “Ninguém pode servir a dois senhores...; não podeis servir a Deus e ao dinheiro”; (Lc. 16, 13). Como é difícil para os que possuem riquezas entrar no Reino de Deus; (Lc. 18, 24).

QUALQUER UM DE VÓS, SE NÃO RENUNCIAR A TUDO O QUE TEM, NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO.

Por que Jesus insiste tanto no desapego dos bens, chegando a fazer disso uma condição indispensável para poder segui-lo.?.
Porque a primeira riqueza da nossa existência, o verdadeiro tesouro, é Ele,!. Daí, então, o convite para colocar de lado todos aqueles ídolos – “tudo que tem” – que podem tomar o lugar de Deus em nós.
Ele nos quer livres, com a alma desprendida, sem qualquer tipo de apego e preocupação, portanto capazes de amá-lO realmente com todo o coração, a mente e as forças. Os bens são necessários para viver, mas devem ser usados com o máximo desapego. Devemos estar prontos a afastar qualquer coisa que venha a ocupar o primeiro lugar no nosso coração. Para quem segue Jesus, não há espaço para a cobiça, para o prazer das riquezas, para a busca exagerada do conforto e da segurança.
Quando Ele nos pede a renúncia aos bens, é também porque deseja a nossa abertura aos outros, que saibamos acolher e amar o próximo como a nós mesmos: é em favor dele que renunciamos aos nossos bens. O discípulo de Jesus não existe lugar para a avareza e para o fechamento diante do pobre.

QUALQUER UM DE VÓS, SE NÃO RENUNCIAR A TUDO O QUE TEM, NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO.

Como, então, podemos viver essa Palavra de Vida.?
O modo mais simples de “renunciar” é “doar”.
Doar a Deus, amando-O, oferecendo-lhe a nossa vida para que dispondo dela como quiser, estando prontos a fazer sempre a Sua Vontade.
E para demonstrar-lhe esse amor, amemos os nossos irmãos e irmãs, dispostos a arriscar tudo por eles. Mesmo que não pareça, temos muitas riquezas a pôr em comum: temos afeto no coração a dar, cordialidade a externar, alegria a comunicar; temos tempo que pode ser colocado à disposição; orações, riquezas interiores que podemos colocar em comum; às vezes temos objetos, livros, roupas, um carro a emprestar, dinheiro.... Doemos sem pensar demais: “Mas essa coisa me pode servir nessa ou naquela ocasião....”. Sim, tudo pode ser útil, mas enquanto isso, se nós cedermos a estas sugestões, irão se infiltrando no nosso coração muitos apegos e aparecendo cada vez mais novas exigências. Não.!. Procuremos ter somente o necessário. Fiquemos atentos para não perder Jesus por causa de uma quantia acumulada, por causa de uma coisa da qual podemos abrir mão.

QUALQUER UM DE VÓS, SE NÃO RENUNCIAR A TUDO O QUE TEM, NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO.

Para um “tudo” que se perde, existe um “tudo” que se encontra, infinitamente mais precioso. Acreditemos: quem ganhará com isso seremos justamente nós, porque, em lugar do pouco ou do muito que tivermos doado, teremos em troca a plenitude da alegria e da comunhão com Deus. E nos tornaremos discípulos verdadeiros.
Pois se um copo d´água doado terá a sua recompensa (Mt. 10, 42; Mc. 9, 41), qual recompensa não terá aquele que doa tudo o que pode, por Deus no irmão e na irmã.?.
Isso é confirmado por um dos muitos fatos que me são comunicados constantemente por aqueles que vivem conosco a Palavra de Vida.
Um pai de família, de Caracas, na Venezuela, fica desempregado. Depois de duas semanas adoece gravemente. Naqueles mesmos dias roubam o seu carro. Para ele e para a sua família é um momento difícil. Logo ele percebe que devem deixar o apartamento, porque não pode mais pagar o aluguel. Nesse meio tempo, um amigo deles, de poucos recursos, sente interiormente o impulso de responder de modo mais radical ao amor de Deus e de viver a Palavra conforme o exemplo dos primeiros cristãos, (At. 2, 42-47; At. 4, 32 – 37) que colocavam tudo em comum.
Na mesma noite, inesperadamente, chega a quantia necessária para terminar o que faltava na construção da casa.”.

(Cfr. Chiara Lubich, in Revista Cidade Nova, setembro de 2004, pág. 28 e 29. Acesse também: www.cidadenova.org.br )

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DIÁRIO DE GINETTA CALLIARI




DIÁRIO DE GINETTA CALLIARI

04 de abril de 1962

Passar pelas ruas, ao lado de tantos miseráveis, de tantos crucificados vivos no corpo e no espírito e não poder ajudá-los, mesmo desejando isso, porque não possuímos nada (...). A dor é tão grande que, espontaneamente, florescem nos lábios as palavras “Dá-nos hoje...” e com elas a fé que Ele, Pai de todos, chegará a toda parte, inclusive lá onde nós nunca chegaremos.







05 de abril de 1962.

Desposei Deus. Eu posso não chegar a todas as almas que Ele me confiou. Mas Ele sim. A cruz, a dor recolhida, amada, consumada momento por momento, permite-me chegar a todos, inclusive onde nem sequer imaginamos.
“Lançai em mim as vossas preocupações”
- Eu tenho uma bela tarefa: amá-Lo.

10 de abril de 1973

Jesus Abandonado lavou a humanidade dos pecados, revestiu-a com a vida da graça, alimentou-a e saciou-a com sua carne e seu sangue.... Com suas lágrimas, enxugou as lágrimas da humanidade.
Jesus, gostaria de renovar o propósito de viver as famosas três comunhões – com a Palavra, com o irmão, com a Eucaristia – mas não confio em mim, tenho certeza de que no final do dia será um fracasso.... em todos os sentidos....
Então o que fazer?. Não me resta senão abandonar-me ao coração imaculado de Maria minha Mãe. Apresentar-lhe-ei o programa do dia, e ela, com amor de Mãe, traçará uma linha vermelha, o refará e o apresentará ao Pai. Por meio de ti, Maria, confio em ti, cuida tu.
Procurei viver dando a Jesus Abandonado um nome:Insônia, vigília, atraso, dores reumáticas, distrações, ingratidão, esquecimento, infidelidade...
São 16, 15 hs, aproximadamente, e gostaria agora de empenhar-me novamente em viver as três comunhões, aprender a perseverar nos propósitos, perseverar na fidelidade à vida da Palavra de Vida.

07 de janeiro de 1982

Preciso me convencer de que não tenho muitas a fazer, mas somente uma: santificar-me com os outros. Como?. Sendo o Amor – vela acesa – somente assim serei uma locomotiva e arrastarei outros na corrida em direção a Deus. O meu lema para hoje será: ser o Amor momento por momento.

22 de fevereiro de 1986

Fazer tudo perfeito. Quem me diz que a meditação de agora (hoje) é perfeita.?. Se consigo extrair um propósito de depois, durante o dia, na base de qualquer ação houver a fidelidade a esse propósito. Quero experimentar... toda vez que cair, que for incoerente, me lembrarei de Jesus Abandonado e o reconhecerei.
Propósito:
1º. Pedir ao Espírito Santo, para mim e para todos os membros da Obra, o desejo ardente da santidade.
2º. Reorientar a agulha a bússola, desejo fazer isso na vontade de Deus. Dar precedência às práticas de piedade: meditação, terço, missa, visita ao santíssimo.
Jesus Abandonado o renegado: não seja feita a minha vontade.
Jesus Abandonado, a fidelidade nas pequenas coisas, “quem for fiel nas pequenas coisas será também nas grandes”. Deixar tudo em ordem: roupas, papéis, livros.... Escutar o máximo aquela voz para realizar obras perfeitas, que permaneçam. Amor ao máximo por Jesus Abandonado.

09 de março de 1992

Busco principalmente aquela vontade de Deus que é típica da minha espiritualidade, ou seja, “o amor ao irmão”, porque vejo Jesus nele como o vejo em mim; somos todos um corpo, todos um, todos Jesus e individualmente Jesus. (...) Três modos para ser nada: fazer a vontade de Deus e não a nossa, viver o irmão e não nós, e eliminar todos aqueles pequenos empecilhos que podem vir à mente, que são fora da vontade de Deus, pequenas distrações na oração, fazer um telefonema na hora do almoço, etc. Poda contínua.


21 de agosto de 1998

Dá-me, Jesus, de ver-te sempre naqueles com os quais convivo e em todos os que passam ao meu lado. A minha alma tem sede de ti, de viver no sobrenatural onde se respira ar de céu, porque é o ar que Tu transmites, do qual temos necessidade. Ajuda-me a não existir para deixar-te no meu lugar. Ajuda-me a viver o teu Mandamento Novo para que a tua presença possa resplandecer.

29 de fevereiro de 2000.

“Quando serei elevado da terra atrairei todos a mim”.... Nessa minha fraqueza, “faço-me fraca com os fracos para ganhar os fracos”. Nessa minha impotência, participo da impotência de Jesus (estava pregado) que, oferecida por amor, me dá a possibilidade de “tornar-me tudo para todos para ganhar a todo custo alguém”.
Jesus Abandonado, o bloqueado.

quarta-feira, 2 de março de 2011

A CARIDADE COBRE UMA MULTIDÃO DE PECADOS.

Já estamos no terceiro mês do ano de 2011 e queremos, durante este mês e em todo o ano de 2011 viver com o coração novo, para isto propomos uma experiência vivenciada por Ginetta - extraída do livro "Ginetta. Uma VIDA pelo IDEAL da UNIDADE" -, por ocasião da abertura do primeiro focolare na cidade de Milão, que nos dá uma pista para que isso aconteça:

Eu escrevia, sempre, tudo a Chiara e comunicava tudo ao nosso arcebispo (de Trento) e a padre Tommasi, que era o nosso assistente em Roma. Ele me disse: ‘... é preciso falar com o Cardeal Schuster, arcebispo de Milão’. (...)
Só pronunciar esse nome fazia todo mundo tremer! O cardeal Schuster era um dos mais importantes da Itália.
Tomeis o trem, mas naquele período, logo após a guerra, os trens confortáveis eram quase inexistentes, diria até que não existiam realmente. E, de fato, viajei naqueles trens em que se transportava gado. Portanto, um vagão onde não há lugar para sentar e, como tinham embarcado também os animais, não havia um bom odor, não se sabia onde por as mãos e era fácil perder o equilíbrio, pois não dava para se apoiar em nada. (...)
No dia seguinte, fui ao arcebispado. O secretário do cardeal perguntou-me o que eu queria. Disse-lhe que o meu arcebispo havia dito que eu teria que me encontrar com o cardeal Schuster. Perguntou-me:
- Qual é o assunto?
- É um assunto religioso.
- Bem, a senhorita não vai falar com o cardeal Schuster; vai falar com monsenhor Gornatti. (...)
Eu tomei tamanho susto que me esqueci que eu tinha um bilhete do nosso arcebispo. Mas fui.
Depois de vários corredores, um senhor me parou e perguntou:
- O que deseja, senhorita?
- Tenho aqui um bilhete do secretário do cardeal Schuster; devo falar com monsenhor Gornatti.
- Mas a senhorita sabe quem é monsenhor Gornatti?
- Sei apenas que devo falar com ele.
- Mas é um juiz!
Digo a verdade, por uma graça particular de Nossa Senhora, não caí... (...)
Tremia de medo e me perguntava: Mas, Ginetta, por que está tremendo de medo? Essa pessoa me dá medo, o juiz me dá medo. Mas escute, Chiara não nos ensinou a ver Jesus em todos? Então você tem medo de Jesus? Por que não vê Jesus nele?
(...) Entretanto, dizia a mim mesma: Por que ele me dirá não? Porque sou Ginetta; porque, se eu fosse Jesus, ele não teria coragem de dizer “não”. (...)
Mas surgiu outra dificuldade: Mas você, Ginetta, não é digna, é miséria, é pecado, é realmente a negação de tudo. Por isso você não é Jesus, eis a questão.
A essa altura todas, as pessoas já tinham entrado. O coração batia forte: Está chegando a minha hora, devo entrar. Mas o senhor que estava à minha esquerda, e era o último, me perguntou:
- Por favor, poderia me deixar passar à sua frente, porque tenho uma coisa importantíssima a fazer e não conseguirei se não entrar antes da senhorita.
Respondi:
- Sem dúvida! Com muita alegria!
Tendo feito isso, a paz voltou a reinar dentro de mim, porque me lembrei de que na Sagrada Escritura está escrito que a caridade cobre a multidão dos pecados. Naquele momento, fiz um ato de caridade ao irmão e acreditei que Deus podia purificar-me com aquele ato de caridade e preparar-me para me encontrar com aquele monsenhor.
Mais tarde ele saiu e eu entrei. O monsenhor me olhou e disse:
- Que paciência a senhorita teve!
Perguntou-me:
- Por que veio me procurar?
Contei ... (...). Ele ficou impressionadíssimo e me disse:
- Ma esse é um ótimo espírito, do qual têm urgente necessidade, não só os pequenos centros, mas também os grandes centros, como Milão! (...) A senhorita seguiu o caminho certo, pois o Evangelho diz: “Eu sou a videira e vós sois os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, produz muito fruto” (Jo 15,5).

O CRUCIFIXO VIVO: povo pobre brasileiro.





Trecho extraído do livro ‘GINETTA. UMA VIDA PELO IDEAL DA UNIDADE’.

No Brasil reconheci o Crucifixo vivo na pobreza do focolare; mas me parece tê-lo encontrado, de forma chocante, no povo que eu via pelas ruas, nos pobres.
Antes, não conhecia a pobreza, a fome; não sabia o que era isso: ver uma pessoa faminta, ver uma pessoa explorada, oprimida, ridicularizada, caluniada, esmagada. E, no entanto, são homens, são criaturas como nós! Digo muitas vezes que, pela sensibilidade que tenho, se não morri, foi uma graça de Deus; porque eu não conhecia este aspecto. Se você acompanha as revistas, os jornais ou lê algum livro, eles não dizem nada! Eu acreditava que ao menos os velhinhos estivessem alojados num asilo, ou os doentes em algum hospital, mesmo ruim, talvez abandonados, sem cuidados, mas que tivessem ao menos uma cama... Mas ver as pessoas dormindo nas calçadas, para mim, foi uma coisa fortíssima, fortíssima!





E ali foi se revelando um aspecto de Jesus Abandonado que eu não conhecia – conhecia mais a parte espiritual Dele, aquele abandono de Deus, aquela ausência de deus, mais tarde nas dores morais, talvez nas dores físicas, mas não muito; nas dores físicas entendi aqui no Brasil! A cada passo deparava com Ele. Encontrava-o nas ruas, nas praças, na praia – não é que ia muito à praia, mas quando, por acaso, andava pelas ruas do bairro de Boa Viagem, o encontrava!
Quando chegamos, não tínhamos nada... E teríamos vontade de bater de porta em porta, para pedir esmolas e dizer: Ajudem-me, dêem-me alguma coisa para matar a fome destes e daqueles.




E ali Deus quis um passo meu, porque vi os nossos limites, vi que não conseguíamos... Ali havia fome, havia desnutrição, havia desprezo, pessoas humilhadas, esmagadas, como se houvesse tanques de guerra passando por cima da pobreza... com uma indiferença, sem saber o que faziam. Tanques que passam por cima, sem parar, sem olhar, sem piedade, com o coração de pedra! Aquilo que na Europa eu não conhecia... é uma experiência que fiz somente aqui! Foi algo duríssimo, porque deparei com os meus limites, os nossos limites.
Precisávamos da comunhão dos bens para irmos para frente... E foi ali que entendi: Somente Deus pode fazer alguma coisa. Deus é Pai! Um Deus que nós temos de apresentar. Trata-se de um coletivo, um Deus que é um coletivo, ou seja, as comunidades.
Tínhamos, diante de nós, um povo sem Deus. Aquele que é esmagado está sem Deus, pois quem é que lhe fala de Deus?! Aquele que está por cima talvez tenha conhecido Deus, mas... não se interessa. E aquela situação era como um grito, como se se apresentassem somente estas palavras: Deus, Deus, Deus, Deus! E esse grito precisaria ser multiplicado. Ali, entendi o pai-nosso, sobretudo a segunda parte: “O pão nosso de cada dia nos daí hoje”.
Mas assistia a tantos milagres, a tantos milagres na cidade de Recife, mas tantos mesmo! Seria preciso escrever livros e mais livros para dar glória a Deus, para dizer que o Evangelho é verdadeiro, que, se tomamos as palavras de Deus ao pé da letra, Ele responde. É uma coisa incrível!

POLO EMPRESARIAL GINETTA





Trechos do discurso do Senador Marco Maciel, ex-vice-presidente da República, ao Senado Federal Brasileiro em 24 de agosto de 2007, logo após a inauguração do Pólo Empresarial Ginetta, em Igarassu, PE, no Nordeste do Brasil.


Senhoras e Senhores Senadores,
Hoje estou aqui para falar sobre o Movimento dos Focolares, nascido na Itália durante a Segunda Guerra Mundial de um grupo de moças ao redor de Chiara Lubich. E chegou ao Brasil, em Recife, em 1959.
Então, no início da década de 60, encontrei um estudante universitário desse Movimento, que hoje está presente em 183 países, com mais de 4 milhões de aderentes, dos quais 250.000 no Brasil. Dentre as suas atividades, existe a edificação das Mariápolis, pequenas cidades nas quais os habitantes procuram viver segundo o espírito cristão, nas quais os jovens podem passar as férias ou participar de atividades de voluntariado (...). No Brasil existem três mariápolis permanentes: em São Paulo, no Pernambuco e no Pará.


Ao lado delas, nascem os Pólos Empresariais para empresas de pequeno ou médio porte, animadas pelo espírito da Economia de Comunhão (EdC), que tem por objetivo gerar uma cultura da solidariedade, fazer crescer a empresa e ajudar os necessitados. A Economia de Comunhão destina os lucros aos empresários, aos operários

e aos pobres internos e externos à Mariápolis, prevê um tratamento igualitário para os trabalhadores da empresa, um relacionamento correto com a concorrência e um maior respeito pelo meio ambiente.
(...) O primeiro Pólo Empresarial nasceu em São Paulo, seguido de outros na Argentina e na Itália. Agora, na primeira Mariápolis das Américas houve a inauguração, em Igarassu, do seu Pólo Ginetta, em homenagem a Ginetta Calliari, a pioneira italiana que trouxe o Movimento dos Focolares ao Brasil.

(...) Sr. Presidente, o Estado de Pernambuco está feliz por ter sido o primeiro na América a acolher o Movimento dos Focolares e de ter em Igarassu uma Mariápolis e, agora, um Pólo da Economia de Comunhão. (...)
Tudo isso num clima de fraternidade capaz de distribuir renda e superar a luta de classe, e com uma repercussão internacional, demonstrada pelos prêmios conferidos a Chiara Lubich na Europa e nos Estados Unidos, como o recente prêmio UNESCO.
(...) Concluo, Sr. Presidente, exprimindo a minha convicção, mais do que isso, a minha certeza de que experiências como a Economia de Comunhão sejam uma das estradas pelas quais poderemos passar da sociedade do ter à sociedade do ser. Isto é, ser mais do que ter.
Postado por Ginetta Calliari às 17:16