quarta-feira, 2 de março de 2011

GINETTA CALLIARI, SERVA DE DEUS

GINETTA CALLIARI, SERVA DE DEUS






Como já dizia Paulo VI o mundo ouve mais as testemunhas do que os mestres. João Paulo II, nas suas Cartas Apostólicas, Tertio Millennio Adveniente e Novo Millennio Ineunte convidava os bispos a propor a todos os fiéis a meta da santidade. (Cf. NMI, 31) lembrando que “as beatificações e canonizações manifestam a vivacidade das Igrejas locais” (TMA, 37). E Bento XVI continua na mesma linha pastoral. Sim, porque a santidade não deve ser vista como privilégio de poucos mas é a vocação de todo cristão. (Lv. 19, 2) E ser santos significa antes de tudo seguir os passos de Jesus, que passou pelo mundo fazendo o bem, ter um amor grande por Deus e pelo próximo.
Ginetta Calliari, co-fundadora do Movimento dos Focolares no Brasil faleceu 10 anos atrás, em 8 de março de 2001. Desde o seu falecimento, têm chegado declarações e testemunhos de muitas pessoas de todas as partes do Brasil, atribuindo a ela muitas graças recebidas, o que testemunha a sua fama de santidade junto ao povo.
Por isso, depois de seis anos de sua morte, em 8 de março de 2007, na catedral Santo Antonio, de Osasco, Dom Ercílio Turco deu início à fase diocesana do seu processo de beatificação, na presença de outros 7 Bispos, mais de 40 sacerdotes, num total de cerca de 2000 pessoas dos vários Estados do Brasil e também do exterior.
Ginetta nasceu em Trento, Itália, aos 15 de outubro de 1918. O fascínio pela virgindade sempre a acompanhou; tinha um temperamento forte, amava a liberdade.
Em 1944, deu-se o encontro de Ginetta com Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, vivendo com ela a experiência de fundação e expansão do Movimento. Ginetta tinha uma fé – que muitos definiam - ‘carismática’, traduzida em uma adesão radical ao Evangelho.
Aos 25 de outubro de 1959, Ginetta partiu para o Brasil com outras três focolarinas e quatro focolarinos, estabelecendo-se inicialmente em Recife.
Normalmente quando os missionários partem para terras longínquas, recebem um crucifixo como símbolo dos ideais que os motivam.
Ao se despedir do grupo de focolarinos que viajavam para o Brasil, Chiara disse a Ginetta que lhe dava não um crucifixo de metal mas um Crucifixo vivo. Isso significava que recebiam a incumbência de amar com amor de predileção todas aquelas pessoas que encontrariam no Brasil, especialmente aquelas que viviam sob qualquer espécie de sofrimento, recordando para eles o próprio Cristo na cruz.
E foi o amor aos Crucifixos vivos que ela encontrou por onde passava, que orientou a vida e a ação de Ginetta e, com ela, a dos membros do Movimento, desde aquela época, inspirando inúmeras iniciativas de cunho social com o objetivo de contribuir na resolução da situação de miséria de muitas pessoas nas várias regiões do Brasil.
Ginetta sempre foi muito sensível ao problema social. Tinha a convicção de que somente formando “homens novos”, ou seja imbuídos da mentalidade do Evangelho seria possível construir uma sociedade nova, marcada pela fraternidade. Assim ela iniciou e impulsionou muitos dos projetos sociais do Movimento, no Brasil
Em 1964 Ginetta veio a São Paulo e em 1969, transferiu-se, para Vargem Grande Paulista, a fim de dar início ao Centro Mariápolis, para encontros de formação dos membros do Movimento. O local transformou-se na Mariápolis Araceli (hoje Mariápolis Ginetta), uma cidadezinha com 400 habitantes, que deseja ser testemunho de unidade com base na lei evangélica do amor. Ali Ginetta viveu por 32 anos, até sua morte.
Ginetta sempre priorizou falar aos jovens sobre a beleza de seguir Deus. Atualmente, são mais de 500 as jovens e os jovens brasileiros, consagrados a Deus, que, inspirados no exemplo de radicalismo de Ginetta em viver o Evangelho quiseram percorrer a mesma estrada que ela percorreu.
Na vida de Ginetta encontramos uma grande sensibilidade para aquilo que se poderia chamar de “virtudes sociais”. Nas suas poucas excursões para descanso recolhia papéis, cacos de vidro, tudo o que pode ser sinal de irreverência para com a beleza da natureza e de perigo para o bem-estar do próximo pois - dizia que devia amar quem passaria por ali como a si mesma e que a natureza é criatura de Deus e portanto devemos respeitá-la.
As inúmeras purificações físicas e espirituais com as quais Deus burilou o seu caráter, principalmente no último período de sua vida, foram revelando sempre mais uma Ginetta que transmitia a quem estava ao seu lado uma forte presença de Deus.
Suas últimas palavras, no hospital: “Sem derramamento de sangue não há redenção” (cf. Hb 9,22), revelam a realidade que permeou sua vida, o “Crucifixo vivo”, Jesus Crucificado e Abandonado, seu único Esposo.
Após a sua morte muitos quiseram homenageá-la por reconhecerem quanto bem ela havia feito: foi realizada uma sessão solene na Câmara Federal dos Deputados, em Assembléias Legislativas de 11 Estados e em Câmaras Municipais de várias cidades. Foi dado o seu nome a um viaduto na Castelo Branco na entrada de Osasco, a uma rua em Sorocaba, ao Pólo empresarial da Economia de Comunhão em Recife.
O seu túmulo encontra-se no cemitério particular ao lado da Igreja de Jesus Eucaristia, na Mariápolis Ginetta, bairro de Vargem Grande Paulista, e recebe constantes visitas de pessoas de todo o Brasil que pedem a intercessão dela nas necessidades da vida.
O processo de beatificação de Ginetta já foi divulgado várias vezes em programas de televisões católicas brasileiras como a TV Canção Nova, a TV Século 21, TV Aparecida e TV Nazaré de Belém do Pará. E na TV católica italiana Telepace. Muitos jornais em todo o Brasil também anunciaram a abertura do processo.
Chegam continuamente notícias de todo o Brasil de graças recebidas por intercessão dela – já temos 260 relatos registrados - , e isso nos enche de alegria pois é motivo de muita glória a Deus. O Tribunal já ouviu o testemunho de 64 pessoas aqui no Brasil e, o mesmo trabalho está sendo feito na Itália.
Para um maior conhecimento de sua vida e obra, indicamos dois livros editados pela Cidade Nova: Ginetta. Uma vida pelo Ideal da unidade (2007) e o recém publicado: Ginetta. Fatos que ainda não contei (março, 2011)
Hoje queremos pedir a Deus que abençoe o trabalho de todos os que se dedicam às várias causas de beatificação, e que tudo seja para a maior glória Dele.

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